Realidade Virtual na Educação e o Futuro da Aprendizagem no Metaverso
Escrito por Liliana Prados (Correspondente Rede Global)
27.06.2024
A revolução tecnológica tem impactado diversas áreas de nossas vidas, e a educação não é exceção. A introdução da realidade virtual (RV) nas salas de aula está remodelando a forma como estudantes aprendem e interagem com o conteúdo educacional. Porém apesar da adoção desta tecnologia no âmbito do ensino poder proporcionar uma experiência de aprendizagem mais dinâmica, envolvente e eficaz, é essencial observarmos também os potenciais riscos associados, como o vício, o isolamento social, a ansiedade e a despersonalização, especialmente entre crianças e adolescentes que são introduzidas a esta tecnologia desde muito jovens.
De fato, em um tempo em que a tecnologia é cada vez mais integrada à vida diária, a realidade virtual oferece uma série de benefícios que podem transformar a educação, sendo uma das vantagens mais notáveis, a capacidade de criar ambientes imersivos que potencializam a compreensão e absorção do conteúdo. Afinal imagine uma aula de história onde os alunos podem caminhar pelas ruas da Roma antiga ou uma aula de biologia onde podem explorar o interior de uma célula humana em 3D. E sim, essas experiências não apenas tornam o aprendizado mais interessante, mas também ajudam a consolidar o conhecimento de uma maneira que apenas uma escuta ou leitura do conteúdo, dificilmente conseguem igualar.
Apesar dos benefícios, é fundamental mantermos a abordagem crítica e questionadora em relação aos novos produtos lançados no mercado, especialmente no que diz respeito às tecnologias emergentes. Desta forma descobrimos que quanto à realidade virtual também há desvantagens que necessitam ser consideradas. Uma das principais é o risco de vício em tecnologia. A realidade virtual pode ser tão atraente que os estudantes sejam atraídos por ela em excesso, o que pode levá-los a negligenciar outras atividades importantes e até mesmo o mundo real, afetando negativamente sua vida social e sua saúde mental. Este comportamento leva ao isolamento social, já que as crianças podem passar mais tempo interagindo com ambientes virtuais do que com pessoas reais.
Além disso, a evolução da tecnologia de realidade virtual está levando ao desenvolvimento do metaverso, um espaço virtual coletivo onde as pessoas interagem entre si, trabalham e aprendem. Um grande exemplo disto é o atual game roblox e o fortnite, em que muitas crianças estão inseridas dentro do metaverso. Enquanto isso, instituições educacionais ao redor do mundo estão explorando o potencial do metaverso para a educação. Por exemplo, a New York University e a Universidade de Tóquio já estão implementando programas que utilizam o metaverso para criar salas de aula virtuais interativas. No futuro, a tendência é que a educação dentro do metaverso se torne cada vez mais comum.
Portanto, o desafio maior é que o uso prolongado da realidade virtual traz para o jovem uma confusão entre o que é real e virtual, além de ansiedade e sintomas de despersonalização, onde os indivíduos se sentem desconectados de seu próprio corpo ou identidade. A imersão em ambientes virtuais pode ser tão intensa que, ao retornar ao mundo real, as pessoas sentem dificuldades em se readaptar.
Ou seja, à medida que avançamos em direção a um futuro onde o metaverso se torna uma extensão natural das nossas salas de aula, é crucial abordarmos não apenas as vantagens que esta nova tecnologia consegue trazer ao ensino, mas também potenciais riscos associados ao seu uso, especialmente em crianças e adolescentes.
Referências:
https://portalmedicinaesaude.com/metaverso-e-as-implicacoes-para-a-saude-mental/
https://peerw.org/index.php/journals/article/view/1060
https://tutormundi.com/blog/metaverso-educacao/
https://www.meta-school.t.u-tokyo.ac.jp/